Chegou o momento de explicar sobre um dos temas mais polêmicos quando o assunto é Bichectomia.

A relação entre Bichectomia e flacidez facial ainda é muito discutida entre profissionais e gera medo nos pacientes que desejam fazer o procedimento, por pensar que no futuro a gordura removida no procedimento irá fazer falta na estruturação e sustentação da face.

Primeiramente, devo esclarecer que os profissionais que atuam na área, independente da classe ser médica ou odontológica, devem estudar o processo de envelhecimento e anatomia facial, pois além de ser treinado e habilitado tecnicamente para a execução da cirurgia, é vital para o processo e ótimos resultados que o profissional saiba fazer a leitura correta de quais tratamentos pode ajudar o paciente.

O atendimento deve ser individualizado e avaliado conforme a queixa do paciente, idade, formato do rosto, qualidade de pele, se há indicação funcional (para quem morde as bochechas) ou se o paciente deseja fazer por estética.

Há inúmeros fatores que podem indicar ou contraindicar o procedimento, por isso, é de suma importância procurar por um profissional experiente e de sua confiança para evitar frustrações no futuro.

Dito isto, vamos ao X da questão, será mesmo que a Bichectomia causa flacidez facial no futuro?

Devemos entender que a flacidez está relacionada somente ao processo de perda de colágeno na pele.

O colágeno é uma proteína produzida naturalmente por nós, e é o principal nutriente responsável pela formação e sustentação dos tecidos. Mas com o processo natural de envelhecimento que passamos, o ritmo com que produzimos colágeno diminui. 

Ao longo prazo, essa diminuição na produção do colágeno se reflete na perda da firmeza dos tecidos, deixando a pele com uma aparência envelhecida pela perda de elasticidade e massa muscular.

Além disso, também perdemos volume de osso e gordura no processo de envelhecimento.

Todo esse resultado aliado a uma gravidade atuante acaba se traduzindo no aspecto de "queda na face", a perda de volume ósseo e massa magra são os principais responsáveis pela perda de estrutura na face.

A perda de gordura da face que contribui para a flacidez pertencem as bolsas superficiais, principalmente no terço médio da face na região do malar ?maçãs do rosto?.

O que acontece é que a bola de Bichat é uma bolsa de gordura profunda na face, que não diminui com o processo de envelhecimento e diferente das bolsas superficiais de gordura citadas anteriormente, não possui função de sustentar a face.

A bola de Bichat já desempenhou o seu papel principal de lubrificação dos músculos mastigatórios na fase de primeira infância, o que torna mais segura a sua remoção.

Porém, não diminui a necessidade de uma avaliação facial criteriosa do paciente para confirmar se há real indicação, nenhum procedimento na área de saúde deve ser realizado somente por modismo, sempre temos que buscar por segurança e com muita informação sobre todas as consequências no presente e futuro.